quinta-feira, 28 de junho de 2012

Minha História

por Marcello Caminha



      Eu nasci em 1971, em Bagé, região da campanha do Rio Grande do Sul. Até os sete anos morei na Estância da Queimadinha, no 2º distrito de Lavras do Sul, com meus pais e avós.

      Quando chegou a idade do colégio, fui pra Bagé para estudar. De imediato, a mãe me matriculou na Escola de Violão prof. Edemar Teixeira, um professor muito conhecido na cidade. Na verdade, acho que a intenção dela era mais a de achar uma ocupação para as manhãs que eu passava parado em casa do que propriamente para fazer um músico. Coisas de mãe... E não é que eu comecei a gostar do negócio! Só sei que, passados uns dias da primeira aula, eu mal esperava a hora de amarrar o meu Gianinni tonante no bagageiro da bicicleta e ir pra escola de violão, "loco" pra aprender uma música nova.

      Lá pelos treze anos apareceu um convite do colégio que eu estudava para ser "professor de violão". Era para dar aulas no programa extra-classe da escola. "Vamo lá!" só sei que quem passava pela sala onde eu lecionava tinha a nítida impressão de que não havia professor, porque, ou não me enxergavam no meio de tantos alunos mais velhos e mais altos do que eu e, se me viam, não acreditavam que era eu realmente o professor.

      Essa empreitada durou até participar do meu primeiro festival, no dia 25 de outubro de 1985, em Bagé (1º Sentinela da Canção: música "Meu canto", de Adair de Freitas, interpretada pelo autor). Estréia feita, vieram muitos outros festivais, cuja história, recheada de prêmios e momentos inesquecíveis, não daria para contar aqui, nestas breves palavras.

      Contudo, mesmo sonhando com uma possível carreira artística, nunca deixei os estudos de lado, com 18 anos passei no vestibular e ingressei na faculdade de medicina veterinária na URCAMP, em Bagé, onde, "abaixo de polvadera" de idas e vindas dos festivais, misturando violão e livros, me formei médico veterinário em julho de 1996.

      Em 1990, conheci minha esposa Luci. Em 1996 veio o Marcellinho que, hoje já é uma figura conhecida no meio musical e já toca comigo nos shows. em 2006 nasceu a Malena (nome dado em homenagem a uma famosa cantora de tangos que viveu em Porto Alegre na década de 1940 e inspirou o compositor Homero Manzi a compor o tango que leva o seu nome).

      Sempre gostei muito de gravar o que toco. Quando ganhei meu primeiro aparelho de som, que tinha dois toca-fitas, achei que já tinha um estúdio em casa. Fazia misérias com aquele aparelho: gravava de uma fita para outra, editava trilhas de violão, criava solos sobrepostos e tudo o mais que, na época, pra mim era o máximo...

      Dessa semente nasceu a minha paixão por estúdios. De lá pra cá, já gravei "com Deus e todo mundo" aqui sul do Brasil, nunca esquecendo que, quem me deu a primeira oportunidade para atuar como músico-de-estúdio, gravando um disco inteiro foi o amigo Luis Marenco, no seu "Filosofia de Andejo", em 1993.
Já escutei muita música ao longo dos meus quarenta e poucos anos de vida. A data de 7 de 7 de 77, está escrita na capa do primeiro LP que ganhei do meu avô, ainda lá na Queimadinha. Era uma coletânea da gravadora Chantecler chamada "Gauchíssimo". Deste disco, tenho no ouvido até hoje o vocal inconfundível dos Angüeras cantando "João Campeiro". Escutava "os" José Mendes que tocavam direto lá em casa; também os "Teixeirinhas" e "Gildos" e, claro, Roberto Carlos.

      A coisa ficou mais séria quando comprei o LP da 10ª Califórnia da Canção Nativa. Ali eu comecei a saber o que era festival e a me interessar por um novo estilo de música que estava se forjando no Rio Grande do Sul. A vencedora "Veterano", o Borges com o "Romance na tafona" e o tradicional "solinho" da introdução do "recuerdos da 28", que é claro, tratei de tirar imediatamente no violão...

      De tango, escutava tudo. Lá em casa o hino era a "Cumparsita". Sempre ouvimos muito tango. A Vó traduzia as letras e me contava as histórias dos tangos famosos. É claro que no meu repertório já havia vários tangos.

      Por volta de 1987, eu tocava junto com o José Armando Carretta, um grande músico e amigo lá de Bagé e lembro que ele me fez comprar um LP chamado "Samambaia", do César Camargo Mariano. Lembro do Carretta orientando: "...Marcello, músico que se preza tem que escutar isso! ... Vai lá e compra o disco!..." Foi aí que comecei a conhecer o jazz. Daí, brilhou um novo sol à minha frente, trazendo Paco de Lucia, Al Di Meola, Pat Metheny, George Benson, Astor Piazolla, Tom Jobim, Chico Buarque entre outros que vim a conhecer e até hoje peço a bênção desses mestres sempre que penso em música...

      Nesta mesma época, nas rodas de mate e prosa buena dos finais de tarde na casa do poeta e amigo Eron Vaz Mattos, lá em Bagé, conheci os discos de grandes nomes do folclore Argentino e Uruguaio, tais como Los Chalchaleros, Alfredo Zitarroza, José Larralde e Atahualpa Yupanqui.

      Acho que foi dessa mescla de gêneros musicais que busquei minha influência, pinçando um pouquinho de cada um e trazendo para uma espécie de núcleo formador de um estilo próprio de comunicação musical e um jeito peculiar de tirar som do violão que procuro aperfeiçoar a cada dia que passa.

      Hoje, morando em Porto Alegre, procuro desenvolver minha atividade de forma sincera, simples e espontânea, sem perder de vista as minhas origens, tratando a cultura regional gaúcha com um profundo respeito e trabalhando incansavelmente para o seu aprimoramento e valorização.



segunda-feira, 11 de junho de 2012

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Quatro Dedos na Direita?


A maioria dos fãs sabem que o Marcello Caminha tem apenas quatro dedos na mão direita, mas aos mais desatentos observe.

Assim como eu muitos acham que é um problema de nascença, aos que não tiveram a coragem de perguntar segue o relato, pois foi um acidente que o deixou assim.

Marcello estava quase completando dois aninhos quando o acidente aconteceu, foi no dia 15 de março de 1973, ele estaria completando dois aninhos no dia 30. Marcello estava observando o pai trabalhar, agarradito na cerca, quando uma grade (implemento agrícola) esbarrou na cerca e a ferragem do implemento veio justamente de encontro ao moirão em que Marcello estava com a mãozinha encostada. Houveram várias fraturas na mão e a perda total do dedo anular após várias tentativas de salvá-lo, inclusive com enxertos de outras partes do corpo.

"A sorte é que a junta médica que me tratava resolveu eliminar todo o complexo dedo + articulação pois foi o que me possibilitou a movimentação normal da mão vários anos depoiscomentou-me Marcello.
O violão entrou na história como uma ferramenta fisioterapêutica, quando Marcello tinha sete anos e foi para Bagé estudar. O Objetivo era tentar melhorar os movimentos da mão e ao mesmo tempo ocupa-lo nas horas vagas da manhã, uma vez que o colégio era no período da tarde.
O "sim" do professor Edemar Teixeira, quando a mãe o levou para fazer a primeira aula e perguntou se com o problema da mão ele poderia tocar violão, foi o ponto fundamental para que Marcello começasse o estudo do instrumento musical. A partir daí a paixão foi fluindo naturalmente, os movimentos foram melhorando e o que era uma brincadeira foi ficando séria.

Não sei quem falou a frase, mas foi muito feliz na colocação....

"Para que dez, quando pode-se tocar com excelência com nove...dedos"

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Festival Coxilha Negra - Butiá - RS


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terça-feira, 5 de junho de 2012

Em breve a história



Galera, estou em franca pesquisa e em breve estarei postando por aqui várias informações e fotos da trajetória deste grande instrumentista que nos dá o maior orgulho de ser gaúcho, Marcello de Macedo Caminha...
Acompanhem este site, sigam, pois aqui encontraremos informações que não estarão publicadas em nenhum outro site...

Um forte abraço a todos os fãs e admiradores de Marcello Caminha...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Novidades - Novo CD está nascendo


É isso mesmo pessoa, Marcello está começando a gravação de seu novo CD e com a novidade que terá todas as músicas cantadas, sim, ele estará soltando a voz neste trabalho ainda sem data definida para lançamento.
Este CD terá músicas compostas por Marcello juntamente com amigos e poetas como Gujo Teixeira e Anomar Danúbio Vieira. 
Serão 12 músicas que contará também com a participação de alguns amigos.

Aos violonistas de plantão aguardem, pois novidades inéditas estarão acompanhando este novo CD. 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Início



Este blogue foi criado para os fãs deste que é um dos melhores instrumentistas do sul do país e o melhor violonista do gênero musical gaúcho.
Aguardem, em breve muitas novidades.